Deputado defende agência autônoma para regular medicamentos

 

13/09/2011 21:39

Deputado defende agência autônoma para regular medicamentos

 

Brizza Cavalcante
Audiência Pública - A eficácia e a viabilidade de criação de uma agência específica para regulamentar e regular a incorporação de novas tecnologias no sistema público e complementar de saúde - Gilda de Carvalho (subprocuradora-geral da República e procuradora do Ministério Público Federal), dep. Marcos Pestana (autor do requerimento) e Clarice Petramale (Ministério da Saúde)
Representantes de órgãos públicos discutiram a criação de uma nova agência reguladora para medicamentos.

No próximo dia 26 de outubro, entra em vigor a Lei 12.401, que regulamenta a inclusão de novos remédios, tratamentos de saúde e equipamentos ao Sistema Único de Saúde, o SUS. A lei, sancionada em abril deste ano pela presidente Dilma Rousseff, determina que a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS, vinculada ao Ministério da Saúde, passará a decidir sobre a compra, exclusão ou modificação de novos medicamentos, produtos e procedimentos terapêuticos.

Apesar de reconhecer que a lei traz avanços ao sistema de saúde, o deputado Marcus Pestana (PSDB-MG) afirma que uma agência autônoma, sem vínculos com o Ministério da Saúde, teria mais credibilidade e atuaria de forma mais eficaz para regulamentar a incorporação de novas tecnologias ao SUS do que uma comissão nacional.

"Eu creio que é preciso dar um passo à frente com a criação de um organismo que, vamos dizer, esteja acima do bem e do mal, e que o Judiciário, o Ministério Público e o Congresso Nacional aceitem como, não um organismo de governo, mas um organismo de Estado”, disse o deputado em audiência pública da Comissão de Seguridade Social e Família.

Segundo ele, seria um organismo “blindado de influências políticas conjunturais, de alto nível, com um conselho que seja só de PhDs e que tenha métodos de transparência e de procedimentos que assegurem a solidez de suas decisões".

Desconfiança
De acordo com o deputado Marcus Pestana, uma comissão vinculada ao Ministério da Saúde gera desconfiança por parte do Ministério Público e a Justiça de que o administrador público, na verdade, quer negar o acesso do cidadão às novas tecnologias de saúde para economizar recursos públicos.

"Diariamente, mundo afora, são descobertos novos medicamentos, novas terapêuticas, novos equipamentos - sempre muito mais caros. Alguém tem que fazer a arbitragem do acesso. Nós não podemos incorporar [as novas tecnologias] ingenuamente", sustenta Pestana.

Como o parlamentar não pode apresentar um projeto de lei nesse sentido, porque a criação de uma agência reguladora só pode ser feita pelo presidente da República, Marcus Pestana solicitou uma audiência pública, realizada nesta terça-feira, para debater o assunto.

Agência desnecessária
A diretora de Programa da Comissão de Incorporação de Novas Tecnologias do Ministério da Saúde, Clarice Petramale, participou da audiência pública e considera desnecessária a criação de uma agência composta por PhDs.

O órgão onde ela trabalha hoje é o responsável pela análise de novas tecnologias da saúde. De acordo com Clarice Petramale, as condições de trabalho não são ideais, mas a nova comissão que passará a funcionar vai melhorar a situação.

"A estrutura que está sendo montada no Ministério da Saúde dá conta de uma avaliação com qualidade, com transparência, com isenção, conforme o deputado está preocupado. E ele está correto em se preocupar com esses aspectos", diz a diretora.

A subprocuradora-geral da República Gilda de Carvalho, que também participou da audiência, destacou a necessidade de o Ministério Público receber informações bem embasadas dos órgãos técnicos para que possa atuar em ações na Justiça em que o cidadão cobra o acesso às novas tecnologias de saúde quando elas não são fornececidas pelo SUS.

 

Reportagem – Renata Tôrres/Rádio Câmara
Edição – Newton Araújo
 Foto: Brizza Cavalcante
Agência Câmara de Notícias
 

Notícias

Trânsito brasileiro mata quase 105 pessoas por dia

  Acidente com motorista bêbado é previsível Por Luiz Flávio Gomes     O trânsito brasileiro, um dos quatro mais violentos do mundo, continua massacrando seres humanos (em 2008, mais de 38 mil mortes). A sensação de impunidade é generalizada. Temos que mudar a legislação brasileira,...

Um sexto regime de bens?

Extraído de Colégio Notarial (Blog) REGIME DE BENS - REGIME MISTO? José Hildor Leal  Postado em 05/04/2011 21:13:16 Muito se tem debatido, ultimamente, sobre a possibilidade dos cônjuges em criar um regime de bens misto, para vigorar no casamento, além das opções postas pelo Código Civil...

PEC dos recursos

  Índice de reforma de decisões preocupa advogados Por Débora Pinho, Gabriela Rocha e Marina Ito   Desde que o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Cezar Peluso, anunciou a polêmica Proposta de Emenda Constitucional para que as decisões passem a ser executadas a partir do...

Oitiva informal é ato extrajudicial

12/04/2011 - 13h06 DECISÃO Oitiva informal de menor pelo MP sem defensor não anula processo A oitiva informal é ato extrajudicial, no qual a ausência de defensor do menor poderia levar ao reconhecimento de mera irregularidade, não de nulidade. Assim entendeu a Sexta Turma do Superior Tribunal de...

Prova nova não autoriza ação revisional contra transação homologada em juízo

13/04/2011 - 09h08 DECISÃO Prova nova não autoriza ação revisional contra transação homologada em juízo A Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) fixou o entendimento de que não é cabível ação de revisão criminal com o objetivo de desconstituir sentença que homologou transação penal,...